segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sempre somos nós!

A ficção e a realidade convivem lado a lado. Na ficção, muitas vezes nos encontramos com nós mesmos nas situações que nos são apresentadas, sejam na TV ou na telona. Algumas vezes, a ponto de ficarmos incomodados com o que vemos de tanto que nos identificamos. O mais comum é identificarmos o outro, aliás, lidar com “o outro” é sempre mais fácil. Neste caso, podemos achar graça, ridículo e até ficar incomodados quando é alguém que normalmente já nos atinge de alguma forma e acabamos por comentar com alguém “… nossa como este cara lembra fulano”, ou ainda, “fulaninha é exatamente como esta personagem…”. Mas engana-se quem imagina que a ficção também não esta em nosso dia a dia na vida real. Afinal de onde saem as histórias de ficção, senão da vida real?
A vida real pode ser surreal em inúmeras situações, na maioria das vezes nem nos damos conta do quanto, mas ao ver algumas de nossas histórias ou histórias de pessoas muito próximas representadas nas telas, nos damos conta que vida real e ficção são quase a mesma coisa, ai… Cai a ficha.
A meu ver isso acontece porque a sociedade contemporânea tem na câmera, utilizada tanto pela TV como pelo Cinema, único lugar possível de enxergar nosso tempo, já que com a correria do dia a dia, mal notamos uns aos outros e pior, mal nos percebemos. A câmera, talvez por ser uma máquina, nos passe uma aparente imparcialidade e como tem o poder de penetrar aonde o olhar humano muitas vezes não é capaz, amplia nosso olhar do mundo, e com isso nos leva a ver nós mesmos e os outros com outros olhos. Nós enquanto espectadores somos muito mais observadores e críticos do que em nosso cotidiano.
A TV e o Cinema são espaços para a materialização da realidade. Embora tenham estruturas narrativas que se assemelham em alguns momentos, por conta do processo de produção e à “voz” a qual representam se mostram bastantes divergentes no que diz respeito à sua relação com o “real”, por este motivo resultam em produtos culturais tão diferentes, mas ambos são espaços privilegiados para o debate sobre os diversos aspectos que constituem a sociedade contemporânea.
Convergem, o que não necessariamente significa que se identificam, mas aproximam-se, tomam rumos comuns, independente de suas diferenças. Uns adoram Cinema outros não vivem sem a TV, alguns gostam de ambos, mas acredito que o importante dizer aos amantes do Cinema e aos amantes da TV que muitas vezes não gostam do Cinema e vice e versa, é que comunicação de massa e arte tem visões e narrativas sobre os mesmos temas, porem visões diferentes, e o tema, sempre somos nós!

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